sábado, 28 de março de 2015

CINEMA NA ESCOLA - OUTRAS FORMAS DE ENSINAR

Na noite desta sexta-feira, 27, no Colégio Estadual Manoel Messias Feitosa (CEMMF), em Nossa Senhora da Glória - SE, foi realizada com sucesso uma aula diferente. Os alunos de todas as turmas do turno noturno (1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio) foram reunidos no pátio da escola para assistirem a uma aula ministrada, concomitantemente, por três professores de áreas distintas: José Adeilson, Matheus Ribeiro e Jorge Henrique, que ministram, respectivamente, as disciplinas História, Geografia e Língua Portuguesa. Foi a primeira experiência multidisciplinar do projeto “Cine Cult Manoel”.

Este projeto propõe o uso do cinema como recurso pedagógico para uma abordagem mais ampla dos temas transversais, de forma a potencializar as possibilidades de aprendizagem, reflexão, lazer e enriquecimento cultural do aluno. Além disso, visa atuar como alternativa para tornar o período noturno mais atraente, contribuindo assim para a redução da evasão escolar característica desse turno.

Nesta primeira experiência, os alunos assistiram ao filme “Escritores da Liberdade”, um drama de 123 minutos baseado no livro publicado em 1999, nos EUA, escrito a partir dos diários de classe dos alunos da classe 203 do Programa de Integração do Colégio Woodrow Wilson, em Long Beach, Califórnia.

O filme permitiu aos professores a abordagem dinâmica e abrangente de várias questões transversais, tais como: o preconceito racial, a intolerância, a injustiça social, a desmotivação e a falta de respeito ao próximo. Cada professor contribuiu para a discussão do filme a partir do horizonte teórico de sua disciplina. Professor Adeilson Santos abordou o segregacionismo e a intolerância a partir do evento do Holocausto evocado no enredo da trama por uma prática de bullying em sala de aula. Professor Matheus Ribeiro discutiu conceitos de território, espaço, relações de poder e identidade, a partir do cenário de conflitos entre as gangues rivais de alunos e a partir do método pedagógico desenvolvido pela professora Erin Gruwell, que é interpretada pela atriz Hillary Swank. Por fim, o professor Jorge Henrique discutiu o papel pedagógico da Literatura como ferramenta libertadora, propiciadora da construção de novos saberes, de novas perspectivas de mundo e da própria reconfiguração da identidade do sujeito.

Os alunos e outros professores se sentiram motivados a participar da discussão ativamente. Muitos apresentaram suas observações acerca de aspectos do filme que lhes despertaram o interesse e enriqueceram o debate. A noite se tornou curta para tantas intervenções. As discussões, no entanto, não se encerraram nesta sexta-feira, cada professor envolvido desenvolverá com seus alunos atividades nas próximas aulas, a fim de consolidar os conhecimentos associados a cada área de atuação.

O projeto, que iniciou de forma positiva, realizará uma sessão de cinema como esta, envolvendo professores de diversas disciplinas, na última semana de cada mês até o final do ano letivo. Até lá, o projeto deverá ser motivo de reflexão, debate e avaliação nos encontros pedagógicos, a fim de que se possa identificar-lhe as falhas e a eficácia ou não de seus resultados, de modo que possa ser reformulado e mantido permanentemente como atividade pedagógica da escola.


Jorge Henrique Vieira Santos 

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